O “Projeto Lixo Orgânico Zero em Lages-SC” iniciado no final de 2012, tem como objetivo principal tratar todos resíduos orgânicos gerados pelo município (1100 t por mês) na sua origem, próximo dos locais onde foi gerado em cozinhas de residências, condomínios escolas e comércio, retirando este resíduo do circuito tradicional da coleta pública de lixo e reduzir o custo desta coleta em mais de R$ 2 milhões. Utilizando-se do sistema de mini compostagens ecológicas, que foi desenvolvido pelo projeto, está sendo possível destruir grandes quantidades de resíduos (200 a 300 kg/m2/ano) em pequenos espaços como canteiros, jardineiras e vasos, sem que os resíduos fiquem visíveis e sem produção de odor desagradável, insetos e chorume. A mistura com outros resíduos orgânicos abundantes, e de difícil decomposição, além do baixo custo e facilidade de manejo deste sistema, são os responsáveis pelo sucesso desta tecnologia totalmente sob controle social.
A baixa oferta de resíduos recicláveis, a baixa renda dos catadores de recicláveis, o alto custo da coleta de lixo, a criação de um grande número de hortas e jardins em escolas.
O ministério público aprovou projeto no valor de R$ 158 mil, do Fundo para Recuperação de Bens Lesados, para incentivar o uso das mini compostagens ecológicas em toda a cidade de Lages, principalmente nas escolas. Os 17 municípios do entorno da cidade de Lages, através de seu consórcio (CISAMA) vão institucionalizar o sistema de mini compostagem ecológica como prática oficial no Plano de Gerenciamento de Resíduos sólidos que está sendo elaborado e finalizado. A sec. de saúde de Lages tem a meta de formar 3000 mini compostagens até o final de 2014, utilizando as mais de 300 agentes de saúde do município. As secretarias de educação (Estadual e Municipal) tornaram o projeto uma ação obrigatória em todas escolas do município, que são mais de 70 unidades. Atualmente mais de 70% da rede pública de ensino já aderiu ao projeto. A câmara de vereadores está montando um projeto de lei que determina a adesão ao projeto em todas repartições públicas municipais. A coordenação do projeto foi convidado para expor e palestrar esta experiência no Fórum Internacional Cidades Lixo Zero, realizado em São Paulo-SP, em maio deste ano. Análises do lixo no aterro sanitário de Lages-SC apontam para uma fração de lixo orgânico entre 37 e 41% do peso total do lixo, muito abaixo da média nacional de 52%. É possível que mais de 200 t mensais de resíduos orgânicos deixaram de ser geradas no município e estão sendo destruídas em milhares de mini compostagens ecológicas distribuídas por toda a cidade, economizando em torno de R$ 400 mil por ano na coleta e disposição final de lixo. A área somada destas mini compostagens pode estar produzindo mais de 200 t por ano de hortaliças orgânicas de alta qualidade alimentar.
Não foram encontrados problemas que pudessem comprometer os objetivos do projeto.
É possível tratar todo "lixo orgânico" da nossa cidade. A grande maioria da população da nossa cidade deseja colocar em prática ações que melhorem o meio ambiente, bastando que alguns mostrem o caminho a ser seguido.